Nesta segunda-feira (19/05), o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou, durante um evento do banco Goldman Sachs em São Paulo, que a política de juros altos deve continuar por um período prolongado como forma de manter a inflação sob controle e garantir previsibilidade para o mercado.
A fala de Galípolo reforça a linha do atual governo de manter os juros em patamar elevado, mesmo diante de críticas sobre os impactos dessa decisão na economia real. Embora o argumento oficial seja o controle da inflação, os efeitos colaterais dessa política já são sentidos no aumento do endividamento do país e na estagnação da atividade econômica.
Com a taxa Selic em níveis elevados, o custo da dívida pública se torna mais pesado, comprometendo recursos que poderiam ser investidos em áreas como saúde, educação e infraestrutura. A longo prazo, isso afeta diretamente o crescimento do país e limita a capacidade do Estado de atender a população.
A justificativa do Banco Central se baseia em manter expectativas de inflação ancoradas, mas especialistas apontam que o cenário atual não exige tamanho rigor monetário. A inflação está sob controle e o mercado interno dá sinais de desaceleração, o que tornaria possível uma redução gradual dos juros.
Galípolo, indicado pelo governo Lula, tem perfil alinhado a ideias econômicas de esquerda e já demonstrou interesse em aumentar o controle estatal sobre o mercado financeiro. Sua permanência no comando do Banco Central levanta preocupações sobre o uso da autoridade monetária como instrumento de condução política e interferência ideológica.
Críticos afirmam que sua gestão pode caminhar para uma forma disfarçada de planificação econômica, sufocando a liberdade do setor produtivo em nome de uma visão centralizadora. A política de juros altos, nesse contexto, funciona como ferramenta para manter o governo no controle da dinâmica econômica, enquanto transfere os custos para a sociedade.
Ao manter os juros artificialmente altos, o Banco Central atrasa a recuperação econômica e compromete a competitividade do país. Famílias, empreendedores e investidores são os mais penalizados. O Brasil precisa de liberdade econômica, responsabilidade fiscal e uma política monetária voltada para o crescimento sustentável, não para o controle ideológico.
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