Nesta segunda-feira (20/05), o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) anunciou que passará a exigir autenticação biométrica para desbloquear novos empréstimos consignados. A medida, que entra em vigor a partir de sexta-feira (23/05), será feita por meio do aplicativo ou site Meu INSS e valerá para aposentados e pensionistas em todo o país.
O governo federal implementa mais uma exigência burocrática sobre os aposentados e pensionistas. Agora, para acessar novos empréstimos consignados, será obrigatório o uso de biometria digital. Segundo o INSS, a nova regra tem como objetivo reforçar a segurança das operações, mas na prática impõe mais obstáculos a um público vulnerável e, muitas vezes, sem acesso facilitado à tecnologia.
A decisão foi publicada no Diário Oficial da União e afeta todas as modalidades de crédito consignado: novos contratos, portabilidades e refinanciamentos. Ou seja, nenhum tipo de transação será liberado sem o reconhecimento biométrico do beneficiário. A exigência recai, principalmente, sobre pessoas idosas que nem sempre possuem familiaridade com aplicativos e procedimentos digitais.
O governo justifica a medida como uma forma de combater fraudes, após denúncias de descontos indevidos em aposentadorias. No entanto, ao invés de punir os bancos ou golpistas envolvidos, a administração pública joga a responsabilidade para cima do cidadão comum, que terá mais uma barreira para acessar seus próprios recursos.
O INSS informou que a validação será feita pela biometria facial do titular, que precisará acessar o site ou aplicativo Meu INSS. O problema é que nem todos os beneficiários possuem celular compatível, internet estável ou mesmo familiaridade com essa tecnologia. Muitos precisarão de ajuda externa, o que pode abrir espaço para novos tipos de exploração.
Com isso, a população mais velha e vulnerável segue arcando com o peso das decisões tomadas sem debate público e sem levar em consideração as dificuldades práticas do cotidiano.
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