Senado vota liberação dos jogos de azar ignorando denúncias de corrupção, lavagem de dinheiro e assassinatos ligados ao setor


Nesta terça-feira (09/07), o Senado Federal deve votar o Projeto de Lei nº 2234/2022, que propõe a liberação dos jogos de azar no Brasil, como cassinos, bingos, jogo do bicho e apostas em caça-níqueis. A proposta, de autoria do deputado Felipe Carreras (PSB-PE), reacende um debate nacional sobre os riscos já apontados por investigações parlamentares anteriores, como a CPI dos Bingos, que associou esse setor ao crime organizado, corrupção política, financiamento ilegal de campanhas e até homicídios.

A CPI dos Bingos, realizada entre 2005 e 2006, revelou que casas de jogos de azar eram usadas sistematicamente para lavar dinheiro do narcotráfico e abastecer campanhas eleitorais do Partido dos Trabalhadores (PT). O relatório final da comissão expôs como essas estruturas ilegais atuavam com apoio político e institucional, desviando recursos públicos e manipulando o sistema para fins ilícitos.  Ainda que o partido dos Trabalhadores(PT) recebeu, por vias ilícitas, recursos oriundos do tráfico de drogas, que eram esquentados por meio de casas de apostas, bingos e loterias estaduais, operadas por grupos ligados ao crime organizado. Mesmo diante de provas e depoimentos contundentes, poucas ações concretas foram tomadas para coibir esse tipo de prática no país.

Entre os casos mais graves está o assassinato do ex-prefeito de Santo André, Celso Daniel, cuja morte, segundo a CPI, teria ligação direta com um esquema de arrecadação ilegal para o partido. O relatório apontou ainda a conexão entre esse esquema e o “comendador” João Arcanjo Ribeiro, figura central do crime organizado no Mato Grosso, acusado de eliminar funcionários que tentavam processar seu grupo empresarial.

Além disso, o relatório detalhou a chamada “Máfia do Lixo”, que envolvia fraudes milionárias em contratos públicos de limpeza urbana e superfaturamento em prefeituras, como em Ribeirão Preto, administrada por Antônio Palocci. Esses esquemas também estavam ligados ao financiamento político ilegal e foram operados paralelamente às casas de jogos. Depoimentos e interceptações telefônicas reforçaram as evidências de desvio de verba pública com participação de agentes do alto escalão.

Outro trecho do relatório trata do controle aduaneiro(alfândegas e fronteiras) informal criado por essas organizações criminosas. Empresas fantasmas, notas fiscais frias e cartéis montados com a anuência de autoridades mostraram que o setor de jogos serviu como porta de entrada para um sistema paralelo de poder e corrupção. O documento também menciona o envio de dólares de Cuba para campanhas eleitorais e o uso de órgãos públicos como o Serpro para tráfico de influência. Certo trecho do relatório final da CPI dos Bingos cita que o “comendador” Arcanjo chegou a dominar 83% do transporte público do Mato Grosso, fora os carteis e crimes.

Apesar de todos esses alertas, os parlamentares que defendem o projeto alegam que a regulamentação traria arrecadação e empregos. No entanto, críticos lembram que a liberação sem um sistema rigoroso de fiscalização apenas institucionaliza os mesmos esquemas denunciados no passado. Ignorar o histórico recente pode significar repetir os mesmos erros, com impactos profundos na segurança pública e na integridade do sistema político.

O retorno dos jogos de azar, diante de um histórico tão comprometedor, não pode ser tratado como mera questão econômica. É uma escolha que precisa considerar os riscos já amplamente documentados pelo Congresso. Votar esse projeto sem retomar o debate sobre os crimes revelados pela CPI dos Bingos é agir com negligência institucional e abrir as portas novamente para os tentáculos do crime organizado.

Caso do Prefeito Celso Daniel, assassinado por ter feito dossiês contra o PT e casas de Lavagem de Dinheiro:



O PASTOR SILAS MALAFAIA PEDE APOIO CONTRA ESSE PROJETO

AQUI O RELATÓRIO FINAL DA CPI DOS BINGOS


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